terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Happy Hour #2 / Produção / Mário Valente e Manuel Henriques / 14 de Dezembro / Ateliê nº 10 (Ângela Ferreira)
Quando delineámos os temas e relação de convidados para este ciclo, a primeira preocupação foi não só a de escolher temas pertinentes e actuais mas também abrangentes para que cada intervenção e contribuição dos convidados fossem suficientemente específicas, vindas da sua própria experiência e perspectiva.
Perante o conjunto de temas, decidimos alternar, na calendarização das conversas, assuntos de enfoque mais teórico com um mais pragmático, ou de ordem prática. Não por isso menos fundamental na concretização d processo artístico, da sua apresentação ou recepção.
A figura do produtor, alavanca essencial, em qualquer actividade de expressão cultural nos dias de hoje, continua a ser uma actividade que se mantém numa certa sombra.
No entanto, uma das questões que colocámos, desde o início, prendia-se com de que forma é que a produção, sendo um trabalho quase invisível, de bastidores, dialoga com o processo artístico, no caso do contacto directo com o artista/arquitecto, ou na relação de trabalho com um curador?
Como é que se dá esta colaboração? É fluida ou não? Informam-se e são interdependentes mas até que ponto é que enformam o resultado final? Ou mesmo, de que modo é que o contributo da produção pode transformar um projecto?
Para nos confrontarmos com algumas destas perguntas e sugerir outras questões, convidámos dois produtores com extensa actividade na divulgação artística em Portugal e estrangeiro; e que no entanto, têm esta presença quase que fantasmagórica na dinamização, ou no fazer acontecer da arte, da cultura: Mário Valente e Manuel Henriques.
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Mário Valente
Estudou fotografia e artes visuais na Escola Maumaus (1993-1997), frequentando mais tarde a pós-graduação em curadoria e organização de exposições (FBAUL / FCG, 2002). Entre meados dos anos 1990 e 2003 trabalhou na Escola Maumaus, nas áreas do ensino da fotografia, produção de exposições e de publicações, em colaboração com um vasto conjunto de entidades e instituições nacionais e estrangeiras. Foi assistant curator no Centro de Exposições do CCB em 2003. Entre 2004 e 2008 integrou o Gabinete de Artes Visuais do Instituto das Artes (actual DGArtes), onde, entre outros, coordenou a produção das representações nacionais na Bienal de Veneza (2005 e 2007) e programas de apoio às Artes Visuais. É desde 2008 coordenador de produção de exposições na Culturgest, em Lisboa.
Manuel Henriques
Foi consultor nas áreas de Arquitectura e de Design na Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura desde 2003, coordenou as representações oficiais portuguesas nas bienais de Arquitectura de Veneza e São Paulo. Produziu as exposições Siza Modern Redux em São Paulo e Arquitecturas em Palco na Quadrienal de Praga. Presidiu a inúmeras comissões de apreciação dos Programas de Apoio financeiro a Projectos Artísticos. Colaborou com Inês Lobo Arquitectos, foi produtor na Associação Experimenta e estagiou nos Diener & Diener Architekten Basel. Co-comissariou e produziu duas exposições de arte contemporânea portuguesa em São Francisco, enquanto co-dirigiu a Galeria ZDB. Trabalha em várias frentes de criação e produção, colaborando regularmente com arquitectos, artistas, cineastas e performers, como interveniente activo, em palco ou nos bastidores. É, desde Setembro de 2011, Director Executivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa.
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